Em I Timóteo 4:1-5 Paulo não estaria ordenando os cristãos a comerem de tudo?
![alimentos puros e imundos](http://setimodia.files.wordpress.com/2012/01/alimentos-puros-e-imundos.jpg?w=192&h=168)
Algumas pessoas têm sugerido, equivocadamente, que nesse texto Paulo esteja eliminando todas as distinções entre alimentos “limpos” e “imundos” do Antigo Testamento (ver Lv 11), e que os cristãos do Novo Testamento têm hoje plena liberdade de comer, sem quaisquer restrições, de “tudo que Deus criou”. Ora, se esse fosse o caso, então estaríamos justificados em comer até mesmo a carne de outros seres humanos, também criados por Deus (Gn 1:26 e 27), o que é completamente inaceitável.
Abalizados comentaristas bíblicos têm reconhecido que a discussão de Paulo em I Timóteo 4:1-5 diz respeito a certas proibições alimentares antibíblicas, propagadas pelos gnósticos do 1.º século d.C. Os adeptos do gnosticismo criam que a matéria fora criada não por Deus, mas por uma divindade inferior (Demiurgo), sendo má em sua essência. Abstendo-se de relações sexuais e de certos alimentos “materiais” (especialmente de toda espécie de carne), criam que estavam dando provas de uma mais profunda espiritualidade, que levaria a alma a libertar-se futuramente de tudo o que é material.
Paulo contesta essa dicotomia gnóstica, ao afirmar que os verdadeiros “alimentos” foram criados pelo próprio Deus (e não por uma divindade inferior), sendo conseqüentemente bons e apropriados para o consumo. Portanto, o texto sob discussão não está dizendo que podemos comer de tudo o que Deus criou (alimentos e não alimentos),
mas apenas de tudo aquilo que Ele criou com o propósito específico de servir como alimento.
mas apenas de tudo aquilo que Ele criou com o propósito específico de servir como alimento.
Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista Sinais dos Tempos, maio de 1998, p. 29.
Nenhum comentário:
Postar um comentário